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Viagens

Leste Europeu em 9 dias

Sempre uso a expressão “vidas passadas” quando me refiro às viagens que fiz quando vivi aqui em Portugal da primeira vez (entre 2001 e 2009). É o termo para falar sobre a fase de viajar quando não tinha filhos. Um misto de brincadeira e verdade. Quando a gente tem filho a gente atravessa um portal, querendo ou não, atravessa, e daí você nasce junto. Não adianta que não tem mais aquela Fabíola de “vidas passadas”. Mas isso não é ruim não. São só etapas diferentes. Esse post vai contar um parte da viagem de 9 dias no leste europeu.

Trem de Bratislava à Budapeste

Lembrei de tudo isso porque idos de 2006 a gente fez um mini mochilão, uma viagem de 9 dias pelo leste europeu. Pegamos a semana de Páscoa e fomos para Bratislava, Budapeste, Praga, Viena e Graz. Essa última cidade foi escolhida por pura estratégia de voo porque era o mais barato para voltar ao Porto.

A moeda do euro só tinha na Áustria e era sempre um estresse chegar em cada país trocando euro pela moeda local.

Chegamos de avião por Bratislava, onde passamos apenas uma noite porque a intenção mesmo era aproveitar melhor Budapeste e Praga (3 dias em cada). Para chegar à Budapeste, pegamos uma viagem noturna de trem, partindo de Bratislava, que foi caótica! Em plena madrugada, fomos abordados pela polícia quando cruzamos as fronteiras entre os dois países pra carimbar os passaportes.

O trem não era novo, as cabines dormitórios eram apertadas, pelo menos estávamos só nós os dois em uma cabine. Além disso, o trem sacudia muito e ainda tinha um atendente meio “elétrico” que passava toda a hora tentando nos vender coisas e sempre falando! Chegamos cedinho à Budapeste e fomos super bem acolhidos no hostel.

Budapeste: A Paris do leste europeu

Alguém disse que Budapeste era a “Paris” do leste. Podia ser viu? mas ela é o que é. Linda, imponente e não precisa de rótulo de ser Paris. Ela por si só emplaca e deixa qualquer um apaixonado.

Ficamos 3 dias e um dos dias fizemos turismo com bike alugada, dica dada pelos donos do hostel onde nos hospedamos. Aiiiiiii como foi legal ter os olhos a partir das duas rodas. Andamos pelas ilhotas do Danúbio, subimos até o Castelo de Buda . Vimos Buda olhando para Peste. Que dia!

Budapeste ainda era bem “raiz”, metrô só em Húngaro, às vezes era difícil traduzir as estações com 7 consoantes seguidas. Comprei errado água sem gás duas vezes por não entender mesmo, não, os vendedores não falavam inglês. Tentei comprar um hidratante de corpo, desisti. Porém, fomos bem preparados do que queríamos ver e visitar, isso ajuda bastante. Assim, você não fica dependendo de informações locais.

Em uma das noites, jantamos num restaurante também indicado do hostel, totalmente fora do circuito turístico. Um dos donos do hostel escreveu em um papel desde a entrada até à sobremesa. Só mostramos ao atendente. Provamos a verdadeira culinária húngara. Nessa viagem, também teve visita ao mercado principal da cidade com a prova da tradicional sopa Goulash. Budapeste valeu cada florin húngaro* perdido na troca do euro.

Praga e seus encantos

Praga e a eterna vontade de voltarmos. De andar em suas ruelas ouvindo música vindo não sei de onde. Disseram que Viena respira música. Eu respirei foi muita música em Praga! Ah… ponte Charles (clichê né), mas é a “senhora” ponte. Praga já estava mais preparada pro turismo, além disso a cidade era menor e deu para fazer muita coisa a pé. Fomos lá gastar as coroas checas.

Visitamos o museu de Kafka, subimos até o castelo medieval na cidade (século IX) e fomos ao museu do comunismo, bem interessante entender um pouco da história não só de República Checa, mas de parte do leste europeu. Também não faltaram mais provas de cervejas, nem mesas contemplativas para o rio Moldava (Vitava em Checo). Aqui tem um post completo sobre Praga.

“Navegar é preciso”

Depois seguimos para Viena e terminamos em Graz, fica para outro post sobre essa viagem de 9 dias leste europeu. Algumas são mesmo inesquecíveis, com ou sem perrengues. Certamente é bem diferente programar com e sem crianças, mas não quer dizer que seja melhor ou pior. No entanto, há que ter disponibilidade para vivenciar cada passo no momento que surge das nossas vidas.

Já ouvi alguns casais dizendo que não encaram algumas viagens com crianças porque não vai aproveitar da mesma forma, não concordo, penso que é diferente e pode ser sim até melhor! O mais importante é encarar o espírito da viagem e, acima de tudo, respeitando os limites deles. E pelas nossas experiências, garanto que está sendo bem mais enriquecedor para nós os 4!

Esse ano nossa Páscoa foi aqui pertinho, na Galícia/ Espanha, em Santiago de Compostela. Pouco mais de uma hora atravessamos a fronteira e já estamos ouvindo galego nas ruas e espanhol nas rádios. Conto nesse post como foi essa vivência com as crianças.

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Olá, eu sou Fabíola, brasileira nascida em Recife / Pernambuco, moro atualmente em Portugal. Migrei para a cidade do Porto a primeira vez em 2001 onde vivi por quase 9 anos. Voltei pro Brasil com meu marido Leandro, tivemos dois filhos, Tomás (12), Melissa (9) e voltamos a viver no Porto em janeiro de 2019 para uma “segunda temporada”. Aqui você vai encontrar nossas aventuras da primeira vez que moramos em Portugal, e também histórias dessa nova fase. Bem vindo ao nosso cantinho!